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O primeiro trunfo da DC – Primeiro filme de heroína em anos, dá novo fôlego ao universo cinematográfico da DC

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      Diana Prince (Gal Gadot) retira a capa que escondia seu uniforme de amazona, sobe uma escada e sai da trincheira para se transformar, definitivamente, na Mulher Maravilha e também, para tirar a Warner/DC da zona de tiro em que seus filmes “Batman VS Superman” e “Esquadrão Suicida” a colocaram, tanto por parte do público quanto dos profissionais especializados.

A Mulher Maravilha (Gal Gadot) surge, em cena espetacular, para salvar a DC.

Foi um hiato de doze anos para vermos nas telas grandes um blockbuster tendo uma mulher como protagonista – o último fora “Elektra”. E foi justamente uma heroína que deu, ao universo controverso da DC, um fôlego desesperadamente necessário para a Warner. “Mulher Maravilha” (Wonder Woman, EUA, 2017) que estreou no Brasil nessa última quinta-feira, chegou no momento certo e na época correta.

            Depois de roubar a cena no longa em que acompanhamos o embate entre o Homem de Aço e Batman, podemos acompanhar a história da amazona Diana. Vivendo, desde o seu nascimento, na bela ilha de Temiscira, a jovem sempre se viu atraída pela luta desde pequena e nunca imaginou os segredos que a rodeiam. Tudo muda na ilha quando um avião cai no local e Diana salva um homem de se afogar. “Você é um homem!” Indaga, encantada, ao conhecer Steve Trevor (Chris Pine), que acaba revelando às amazonas sobre o grande perigo da guerra que estava ocorrendo. Imaginando ser o deus Ares o responsável pela guerra, Diana convence Trevor a levá-la para a linha de frente contra os alemães na Primeira Guerra Mundial, para que assim, ela possa matar Ares e acabar com os conflitos.

           Para um filme de origem realmente funcionar é necessário que o público crie simpatia para com os personagens. Pois bem, basta apenas a bela Gal Gadot sorrir para ganhar os nossos corações de vez. Embora não seja uma grande atriz nos momentos dramáticos, percebe-se que Gadot se doou de corpo e alma à personagem. A atriz participa bem da ação, tem grande presença de tela e tem uma química ma-ra-vi-lho-sa com Chris Pine – este também está ótimo na película. A participação de Connie Nielsen como Hipólita, a rainha de Temiscira e mãe de nossa Diana, assim como a participação de Robin Wright como a destemida Antiope, são verdadeiras pérolas durante a projeção.

Chris Pine e Gal Gadot, ótimos em tela e uma química pulsante.

        E que projeção! Que ritmo gostoso. O filme tem duas horas e vinte minutos de duração que passam bem rápidos. O roteiro escrito com cuidado por Allan Heinberg, Zack Snyder e Jason Fuchs flui muito bem e equilibra como poucos filmes do gênero a comédia, drama e ação – coisa que a Marvel errou nesse último ano, mas voltou a acertar com “Guardiões da Galáxia – Vol. 2”. Algumas passagens são realmente inspiradoras e profundas e o clima ingênuo da protagonista cria uma atmosfera que, até então, sentia-se falta nesse gênero.

           Tudo foi muito bem orquestrado por Patty Jenkins. Nada melhor que uma mulher na direção para entender a importância que “Mulher Maravilha” teria no mercado audiovisual. Trata-se de um marco e Jenkins nos estrega um trabalho encantador. Ela respeita sua personagem título e não abraçou de forma descarada o feminismo. É um filme para mulheres e homens como qualquer outro.

            Outras questões técnicas como a fotografia de Matthew Jensen – que já havia feito um excelente trabalho em “Poder Sem Limites” e a trilha sonora de Rupert Gregson-Williams são espetáculos à parte. Jensen equilibra bem o tom obscuro no filme e trabalha de forma consciente as paletas de cores para cada ato. Williams, por outro lado, nos oferece uma trilha forte e marcante com leves toques da música tema (diga-se de passagem, no momento ideal). A direção de arte, principalmente na ambientação de época da guerra, também merece aplausos.

Amazonas partem para o combate! É o poder feminino!

    Os vilões, assim como correra em outras produções, é um ponto fraco no filme. Temos duas figuras, Ludendorff (Danny Huston) e Dra. Maru (Elena Anaya). O primeiro não tem nenhum aprofundamento psicológico – e se trata de um personagem baseado em um homem real, e a tentativa de dar algum vestígio de sentimento na segunda é tão sutil e insuficiente, que acho difícil a maioria das pessoas perceberem.

            O último ato do longa, também, não vai lá muito bem. Embora tenha passado longe de ser um desastre, faltaram as sequências inspiradoras que tínhamos visto antes na película. A quem ache que ficou muito exagerado e concordo em partes. Principalmente em relação aos efeitos especiais que começam a ficar artificiais nesse ponto.

            Depois de três filmes controversos, a Warner/DC pode respirar aliviada com esse estrondoso “Mulher Maravilha”. É o filme que a personagem merece e que a DC precisava para dar novo fôlego ao seu universo. E quem acaba ganhando? Nós, meros cinéfilos que há setenta anos esperávamos esse filme. Agora só torcer para vermos mais heroínas nas telas grandes para que nossas meninas e mulheres se sintam representadas. E nada melhor que começar isso com nossa Diana Prince!

Nota: 8.5/10.0

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