Início CineReview Matt Damon mais uma vez perdido no espaço – Depois de participar...

Matt Damon mais uma vez perdido no espaço – Depois de participar de Interestelar, Damon se perde no planeta vermelho

1147
0

Existem alguns filmes que todo mundo já sabe se vai ser bom (ou ruim) antes de seu lançamento. Confesso que minhas expectativas para “Perdido em Marte” (The Martian, EUA, 2015) não eram tão altas. Depois dos ótimos, “Gravidade” e “Interestelar”, achava que não haveria muita coisa nova a ser explorada em um longa científico no espaço. Então, chega Ridley Scott com uma direção excepcional e nos entrega um dos filmes mais interessantes do ano passado!

O longa tem início em Marte, onde uma equipe está extraindo do planeta alguns minerais para pesquisa. Ao ser surpreendida por uma grande tempestade, um dos seus integrantes, Mark Watneyacaba (Damon), acaba se perdendo e “morrendo”, enquanto os demais conseguem chegar à nave e escapam. Porém, Mark continua vivo e se vê sozinho no planeta vermelho. Decidido, resolve fazer de tudo para se manter vivo, consegue fazer contato com a Terra explicando o que lhe acontecera e, com o pouco suprimento que lhe resta, equilibrará seu cotidiano enquanto chega o resgate. No entanto, além de enfrentar todas as dificuldades em Marte, ainda terá o risco de tal missão de resgate não ser autorizada.

The-Martian-Matt-Damon-Hamilton-Watch-5
Matt Damon sozinho no grande planeta vermelho.

Só pela sinopse dá para sentir o quanto o protagonista é imposto à grandes dificuldades, superação e perdas. Para tal personagem, poucos atores teriam o grande calibre e seriam capazes de abordar todos esses sentimentos com louvor, Damon é um deles. O astro leva o filme nas costas de maneira excepcional, conseguindo extrair da plateia todos os sentimentos possíveis. A gente torce por ele, chora com ele e fica desesperado com o que vamos vendo em tela. Matt Damon sempre nos apresenta belos trabalhos, seja com ação, como a trilogia Bourne, até o drama  e suspense de “O Bom Pastor”, mas aqui, ele vai além. Muito merecida sua indicação ao Oscar!

Assim como seus companheiros, Alfonso Cuarón (de Gravidade) e Christopher Nolan (de Interestelar), Ridley Scott explora o planeta vermelho e o espaço de maneira perfeccionista e original. Dando ênfase a grande imensidão do planeta, atrelada à maravilhosa fotografia de Dariusz Wolski, com grandes planos abertos, mostrando a insignificância e a solidão do protagonista e extraindo o melhor do elenco.

Perdido em Marte” é aquele tipo de filme que consegue agradar – e muito. Porém, ao fim da exibição, temos a impressão de que o filme deveria ter explorado mais pontos importantes. Creio que dividir a película entre os planetas Marte e Terra fez com que a jornada de Mark Watney fosse extremamente leve no sentido da luta pela sobrevivência. Teria sido mais interessante mostrar o que acontece apenas no ponto de vista do protagonista, fazendo o espectador tentar entender o que está acontecendo. Se há, de fato, uma missão para salvá-lo assim como também abordar nuances que não o foram, como a solidão, família, entre outros.

A trilha sonora, o som, a fotografia e os efeitos especiais são maravilhosos, e muito bem orquestrados por uma direção madura de Ridley Scott. O 3D também maravilhoso vale a conferida. Pena o filme não trabalhar mais com o suspense e a luta pela sobrevivência. Claro que a comédia no filme foi ótima e muito bem colocada, mas, esperava maior dramaticidade no longa.

Nota: 8.0